terça-feira, 3 de maio de 2011

Antonio Castro,


Antonio Castro, 16 anos, Maceió - AL.

Eu não sei dizer ao certo quando foi que eu comecei a me interessar por moda, mas em arte, foi muito cedo. Sempre procurei meu lugar no meio da arte, passando por teatro, musica, pintura e muitos outros, mas eu acho que a intenção da arte, é completar o artista, como se quem nasceu pra fazer arte nascesse incompleto, e só descobrindo aquele talento pode se sentir completo, e eu não me sentia completo em nenhuma dessas áreas, até achar a moda. 

Eu tive certeza de que era isso o que eu queria depois de ler o livro do Alexandre Herchcovtich (Cartas a um jovem estilista) que é um dos estilistas que eu mais admiro. A influencia da moda na minha vida é completa, na verdade eu acredito que eu não vejo a moda como a maioria das pessoas vêm, qualquer tipo de arte pra mim pode estar inserido em um contexto de moda, porque é uma expressão artística muito abrangente, que pode tirar inspiração de qualquer coisa no mundo, então realmente pra mim tudo é moda e moda é tudo. Pra mim, fazer moda é muito além de criar uma peça de roupa, colocar numa modelo bonita e fotografar, é uma expressão de arte tão importante quanto todas as outras, mas que devido ao capitalismo da nossa sociedade, é banalizada pelo consumismo de roupas, mas o que as pessoas não vêm é que todos nós somos consumidores de roupas, mas pouquíssimos somos consumidores de moda, em outras palavras, eu acredito na força da mensagem que uma roupa pode transmitir, e é através dessa mensagem que eu quero me comunicar com o mundo, deixando o lado comercial do lado e focando apenas na parte criativa desse tipo de trabalho. O que eu tento transmitir através do que eu faço, é uma mensagem de liberdade, representada através de inúmeros elementos criativos, milimetricamente pensados para serem inseridos dentro daquela foto, alguns até subliminares a ponto de ninguém entender o que eles querem dizer, mas a intenção não é fazer com que todos percebam o que eu quero mostrar, é apenas mostrar pelo prazer de mostrar. Para fazer Born again, eu tive que abandonar todas as minhas inseguranças e os meus medos, pra poder falar de algo tão pessoal e tão guardado dentro de mim quanto é esse tema, foi uma grande exposição do que eu senti por muitos anos, e do que meus amigos sentiram ou ainda sentem, antes de tentar libertar a todos ao meu redor, foi uma tentativa de liberdade pessoal, porque você não pode querer algo de alguém se você não pode realizar esse algo também. Até realizar todo esse processo houveram muitos obstáculos, e talvez muita gente não concorde comigo, mas o maior deles para mim foi a aceitação, em todos os sentidos que a palavra tem, desde todas as ideias para serem aceitas pelos modelos e pela produção, até o tema, a maquiagem e principalmente a locação, é como se as coisas só fizessem sentido na minha cabeça, e quando eu tento explicar para as outras pessoas elas ficam tipo “mas porque você quer fazer isso? Não vai dar certo, não pode ser assim, é impossível”, então Born Again é também de certa forma sobre isso, mostrar que não existe impossível, que moda é desafio, quando não há mais desafio, não há mais o que dizer. As inspirações e idéias pra uma roupa, eu não tenho idéia de onde vêm, porque eu não lembro na verdade, as vezes eu estou na sala de aula, e me vem alguma idéia, as vezes eu estou no carro e me vem alguma idéia, é uma coisa muito aleatória, mas normalmente eu passo 5 minutos vomitando um diamante bruto e depois passo semanas ou meses lapidando esse diamante, até chegar onde eu quero.
  Levar a moda para o meu futuro é só o que eu posso fazer, eu não sei fazer mais nada, não consigo fazer mais nada, não consigo me ver passando a vida fazendo outra coisa, é como se não houvesse outra saída é isso o que eu sei fazer, e é assim vai ser pelo resto dos anos.

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E-mail: antonio_mouracastro@hotmail.com
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Criador do editorial de moda, Bor Again: